Os arquitetos Carina Pederzoli e Rodrigo Amaral explicam como ter uma escada estilosa, mas dentro dos padrões e normas de segurança
1 – Quais são os principais tipos de escadas e os materiais mais utilizados?
Quando falamos em escadas, imediatamente pensamos na variedade de opções, estilos, formatos. Existem dois tipos mais comuns e utilizados: aquelas moldadas in loco e as pré-moldadas, com formato em L, U, caracol, dentre outros. Elas podem possuir estruturas de madeira, concreto ou até metálica. A grande diversidade fica por conta do acabamento dos degraus. Eles podem receber diversos tipos de revestimentos, dos naturais – como madeira ou pedras – aos sintéticos – como o porcelanato ou até carpete. Tudo depende do estilo do projeto e desejo do cliente. Quando projetadas para áreas externas, é muito importante optar apenas por materiais resistentes à ação do tempo, específicos e resistentes.
2 – Existe um modelo de escada mais apropriado para apartamentos pequenos?
Cada vez mais vemos a construção de sobrados com pouca metragem e apartamentos duplex compactos. Para aproveitar da melhor forma os espaços, normalmente a solução é equipá-los com escadas pré-moldadas de concreto ou metálicas. A vantagem das escadas metálicas é o desenho mais leve e o menor espaço ocupado. Quando se pensa no formato, por sua vez, optar pelas escadas caracol pode ser o ideal. Além de ocupar pouco espaço, seu estilo curvo é cheio de personalidade e elegância. As escadas retas, quando seguindo a linha das paredes, também otimizam o espaço do imóvel.
3 – Quais são os erros mais comuns ao se fazer uma escada?
A escolha de uma escada deve ser, sobretudo, uma opção pautada pela técnica. Portanto, os erros mais comuns são os de dimensionamento. A exemplo estão as escadas com espelhos de alturas diferentes, por vezes muito altos, ou ainda pisos muito curtos, que dificultam a locomoção. Erros de acabamentos também são extremamente comuns, como a especificação de pisos escorregadios ou corrimãos com alturas inapropriadas. Todos esses problemas comprometem a segurança de quem usa a escada e precisam ser evitados.
4 – Existem medidas certas para altura e profundidade dos degraus?
Existem regras e modelos matemáticos para definir a relação entre a altura do espelho e o comprimento do piso (pisada). Cabe ao arquiteto projetar dentro destas regras, adequando o dimensionamento ao espaço disponível. Normalmente, se adota pisos entre 26 e 30 cm e espelhos com altura entre 15 e 19 cm, mas sempre dentro das regras de cálculo. Escada não se projeta apenas em planta, mas principalmente em corte! Não podemos nunca nos esquecer do pé-direito do ambiente.
5 – Como pensar no corrimão? Quais são os materiais indicados? E as medidas?
Em primeiro lugar, os corrimãos devem seguir as normas da ABNT. A função deles é servir de apoio à pessoa que está se utilizando da escada, garantindo sua segurança, tanto no trânsito normal, quanto numa eventual queda. É no corrimão que o usuário vai se segurar caso tropece ou perca o equilíbrio, por isso, ele tem que ser resistente. As NBR 9050 e 9077 determinam diversas normas a serem seguidas, em busca da segurança. Dentre elas, está a altura dos corrimãos, que devem estar a 80 e 92 cm de altura do piso.