Casa Coral – Cores do Parque

O arquiteto Mauricio Arruda assina um refúgio sensorial que celebra a natureza e a brasilidade em plena CasaCor SP


A conexão entre Mauricio Arruda e a Coral já dura uma década. E é justamente esse marco que dá origem à Casa Coral – Cores do Parque, uma casa-refúgio de 160 m² que traduz em pigmentos, texturas e formas o que há de mais poético na paisagem e na identidade brasileiras.

Instalada no Parque da Água Branca, em meio a uma reserva de mata nativa no coração de São Paulo, a casa ganha contornos afetivos ao se integrar ao tema da CASACOR 2025, Semear Sonhos. A natureza ao redor não apenas inspira: ela colore cada centímetro do espaço.

Com curadoria da Coral e consultoria da designer Maibe Maroccolo, especialista em pigmentos naturais, foram mapeadas 20 espécies tintoriais do parque, que deram origem a uma paleta com 60 tons — dez deles selecionados para tingir paredes, pórticos e atmosferas.

A narrativa cromática é sensível e precisa. Na sala de jantar, uma paleta mais dramática, reforçada na seleção dos móveis e objetos decorativos, intensifica a atmosfera envolvente. O piso de taco original, presente em toda a casa, foi cuidadosamente restaurado, preservando sua história. A obra de arte de Manuela Navas reflete as cores do ambiente e compõe a cena junto ao casal de vasos Homem e Mulher, da artesã paraibana Maria José.

Fotos: Denilson Machado / MCA Studio

Banhada pela luz natural que atravessa as amplas janelas do edifício, que também foram restauradas durante a reforma, a sala de TV é abraçada peça xilogravura de Santídio Pereira, representado pela Galeria Estação, e pelo tapete de 20 m² de sisal, feito à mão no interior do Ceará especialmente para este ambiente.

A cozinha é um capítulo à parte: nela, o verde predomina — das paredes às listras de mármore no frontão —, em diálogo com peças autorais e relíquias garimpadas. A integração com a copa e a escolha por materiais naturais reforçam a atmosfera calorosa.

No quarto, a brasilidade aparece em composições sutis e formas orgânicas. A escultura cerâmica de Gabriella Marinho se destaca em meio ao mobiliário de linhas simples.

A sala de banho, por sua vez, aposta no humor e na liberdade estética, com bancada de Amarelo Macaúba e espelhos esculturais, além de peças artesanais que completam essa narrativa exuberante e sensorial.

Ao longo dos 160 m², a Casa Coral é um manifesto cromático, afetivo e cultural sobre o morar brasileiro.

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