Refúgio afetivo

Inspirada em elementos locais e revestida por materiais e cores que se conectam com o entorno, essa casa de 120m², no Sul da Bahia, oferece acolhimento e respiro


Por Igor Bonfim | Fotos: OKA Fotografia

Ao pensar na Bahia, nossa mente nos transporta de imediato para uma memória de calmaria: o azul do mar, a brisa do vento tocando a pele. Foi nessa atmosfera de conforto, bem-estar e tranquilidade que um jovem casal decidiu estabelecer sua residência de veraneio no sul baiano, entre Trancoso e Caraíva.

 “Eles desejavam uma residência com uma estética acolhedora e familiar, que evocasse o conceito clássico de ‘casa’, como nos desenhos infantis — um volume único, compacto, com telhado de quatro águas, trazendo essa ideia para a realidade”, explicam os arquitetos João Marcelo Oliveira e Matheos Schnyde, do WAMV Arquitetura.

À primeira vista, a fachada sugere ambientes compartimentados e pouca luz natural. No entanto, ao entrar no primeiro pavimento, revela-se um espaço totalmente aberto e sem divisórias, criando uma conexão fluida ao longo de todo o lote.

Com experiência em casas na região litorânea do Sul da Bahia, João e Matheos aproveitaram as características climáticas locais para preservar a entrada de luz natural e garantir ventilação eficiente. No térreo, foram posicionados a sala, a cozinha e o lavabo, maximizando a ventilação cruzada com janelas e portas estrategicamente distribuídas, permitindo ajustar o fluxo da brisa conforme a necessidade.

A fachada simétrica transmite uma sensação de estabilidade e equilíbrio, enquanto o paisagismo — feito pelo próprio cliente — reforça a integração com a natureza. A vegetação alta ao redor da casa amplia a privacidade e oferece a sensação de estar cercado pela mata.

O resultado final traz um equilíbrio delicado entre funcionalidade contemporânea e o imaginário afetivo dos moradores — uma casa feita à mão, pensada para acolher com suavidade, em plena sintonia com o tempo, a natureza e a memória.