Olá! Sou João Paulo, da JP IMAGE, e quero falar com você do uso de luz artificial e luz natural nas imagens que meu estúdio produz.
Iniciei esse trabalho como qualquer outro que fotografo, conhecendo um pouco da autora do projeto, a arquiteta Andrea (Piave Construtora), me informando do histórico dela e do proprietário do apartamento. Faço isso com o propósito de começar a entender os ângulos do projeto, luz incidente, contrastes… tudo para entender bem o que vou fazer quando iniciar a fotografar.
Logo que entrei pela área de serviço, reparei que a luz da sala e da janela da cozinha era bem intensa. Comecei a andar pela casa e entender como a luz natural se comportava. Fomos para todos os cômodos e reparei que o sol incidia mais na sala de estar do que no resto da casa. Como o apartamento é face Norte, já era sabido que isso aconteceria. Mas tudo bem, pois a cozinha e a sala de estar eram, nesse projeto, as “peças” mais interessantes para as fotos.
Numa dinâmica de trabalho, é muito difícil fotografar um projeto com a luz ideal, uma vez que tem de coincidir na agenda e logística de Arquiteto x Proprietário x Fotografo. Para ficar perfeito quanto a luz, teríamos que passar o dia inteiro na casa e ir fotografando cada ambiente nas horas ideais.
Intervenção com Flash x Luz Natural
Falando sobre a parte técnica, comecei a pensar como compensar a luz nas fotos que seriam feitas contra as janelas.
Para isso eu sempre penso em fazer várias exposições (bracketing) e captar a luz mais suave possível das janelas, para que não “estoure” a luz, ou seja, não fique aquele “brancão”. Algumas vezes, quando não existem detalhes externos a serem mostrados, acabo deixando propositalmente que esse branco aconteça.
O uso indiscriminado de HDR (High Dynamic Range) na fotografia, hoje é usado por muitos, mas sem o devido conhecimento do assunto. Numa foto contra uma janela ou fonte de luz muito intensa, o HDR não faz jus aos contrastes e a interpretação de cores dos objetos – assunto que fica para uma próxima coluna.
Na foto abaixo, nota-se o uso de luz artificial com a luz natural, para preencher o ambiente mesmo sendo contra a janela da sala, onde havia uma grande invasão da luz. Essa foto foi feita mais ou menos as 11h da manhã e essa janela era voltada ao norte.
Posicionei a câmera no ângulo que queria e fiz cinco exposições do mesmo ângulo e uma exposição com dois flashes da câmera rebatido no teto, um ao lado esquerdo da imagem e outro atrás de mim.
Ao lado direito existia uma grande janela que ajudou bastante para que a luz ficasse bem natural na hora do tratamento de todas as exposições.
Resumindo, a intervenção com luz artificial tem seu propósito e ajuda muito para chegar ao resultado perfeito. Sabendo usar todas as técnicas que aprendi ao longo de muitos erros e acertos, fez com que eu chegasse a resultados onde mal se sabe que foi usada outra fonte de luz, misturando assim luz artificial e luz natural.
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João Paulo Oliveira, do estúdio JP Image, é fotógrafo especializado em arquitetura e interiores
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