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A vida entre estilo e EPI

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Por Thaiz Ruiz, colunista*

 

Escutamos o tempo todo que arquitetas e designers devem ser estilosas e devem carregar a assinatura do trabalho na sua imagem pessoal. Também ouvimos que a boa profissional está presente na obra, conhece as dificuldades das construções e instalações, e só a experiência do canteiro garantirá a bagagem necessária para elaborar um bom projeto.

 

Duas verdades inquestionáveis. Já pensou que difícil é gerenciar essas duas necessidades tão distintas?

 

Arquiteta e a troca entre sapato de salto e botas para transitar entre reuniões, lojas e obras

 

Obra não é um ambiente fácil. O pó do mármore acaba com o cabelo; a roupa preta, quase uma regra no guarda-roupa dos profissionais de arquitetura, fica imprestável depois de um curto período dentro do canteiro, e uma simples conferida nos revestimentos pode acabar com a unha daquelas mais vaidosas.

 

Ah, quanta futilidade! Ué, mas não são exatamente essas preocupações que são cobradas dentro do nosso meio?

 

Tão difícil administrar as inúmeras expectativas que colocam sobre nós. E no dia que a necessidade da estética sobrepõe a da vida prática na obra a cobrança não é mais leve. Nem bem entramos e já escutamos “cadê a bota?” daquele que não faz questão nenhuma de estar devidamente paramentado. (Vale lembrar que sapatênis, tênis ou sapato social não substituem a bota de obra).

 

Encontrar profissionais da construção civil utilizando todos os EPIs necessários é coisa rara e esse é um assunto muito sério.

 

epi de obra
Arquiteta com os EPI’s no canteiro de obras

 

Claro que devemos dar o exemplo, mas isso não significa que a cobrança deve ser maior para nós porque somos mulheres. Ouvi esses dias “Vai virar meme de internet, aquela que bate salto na obra” e no momento desta cobrança infeliz lembrei de uma outra frase dirigida a mim por um vendedor de uma loja da Gabriel “Uma mulher pode estar nua, mas deve estar sempre de batom”, respirei fundo e segui firme no roteiro do meu dia puxado.

 

É muito difícil administrar as expectativas alheias e por isso eu decido todos os dias por dar atenção primeiro para as necessidades relacionadas ao meu trabalho. Se existir urgência de ir à obra e eu estiver de salto eu irei, e se precisar sair de uma obra estando de bota suja de pó de gesso e seguir para uma loja bacana da Gabriel, eu irei também.

 

Nossa competência e responsabilidade devem valer alguma coisa, pelo menos eu ainda gosto de pensar assim.

 

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A arquiteta Thais Ruiz
A arquiteta Thais Ruiz

   Thais Ruiz é arquiteta. Ela compartilha o dia a dia de obras e inspirações no Instagram    @vida_de_arquiteta

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