A área social deste apê carioca passou por uma transformação ancorada na paleta cromática e nos materiais inspirados na natureza
Por Redação IT.HOME | Fotos: Raiana Medina

No coração da Lagoa, no Rio de Janeiro, um apartamento de 200 m² ganhou novos ares a partir de um pedido claro: trazer mais cor e personalidade para a área social, sem abrir mão do conforto e da atmosfera acolhedora. Já moradores do imóvel, um casal na faixa dos 40 anos com dois filhos pequenos decidiu convidar a arquiteta Manoela Fleck para conduzir a renovação da sala de 55 m².

Sem alterações na planta original, o projeto apostou em uma transformação sensível e sofisticada, ancorada no uso de texturas naturais e uma paleta cromática inspirada na natureza. “Eles queriam mais cor na sala, mas sem perder a sensação de aconchego. A ideia foi trazer equilíbrio com materiais que remetem à terra, ao mar e aos elementos orgânicos”, explica a arquiteta.

O piso original em tábuas de madeira foi mantido, preservando a identidade do espaço. Cerca de 60% do mobiliário existente também foi reaproveitado — como o sofá, reestofado em novo tecido, as poltronas e a mesa de jantar, que ganhou nova pintura. Essas peças, com valor afetivo e estética atemporal, foram integradas a novos móveis de linhas curvas e acabamentos naturais.

A madeira, o linho, o algodão, o couro, a argila e as fibras seguem como protagonistas no décor. Em tons de terracota, areia, verde e azul, a cartela escolhida imprime leveza e conexão com a paisagem carioca. Entre os destaques do mobiliário, estão as mesas de centro e a mesa lateral do Estudiobola, que reforçam a presença do design brasileiro no projeto.

Mas é o papel de parede com efeito degradê envelhecido que rouba a cena: presente nas áreas de TV, estar e jantar, ele costura visualmente os três ambientes, trazendo unidade e sofisticação à composição. “Ele se destaca não só pela textura e pela cor, mas pela maneira como envolve todo o espaço — é como um abraço sutil que conecta tudo”, resume Manoela.

O resultado é um living que traduz o desejo dos moradores: mais cor, mais vida e, sobretudo, mais identidade — com elegância, naturalidade e um olhar afetuoso para o que já fazia parte da história do lugar.
