Você já parou para pensar sobre o volume de entulho e material de descarte que cada obra gera? É preciso refletir sobre o assunto!
Por Thaiz Ruiz, colunista*
Todo mundo deseja personalizar a casa.
O tempo que tenho de estrada já me mostrou que não importa o quão lindo esteja o imóvel, o padrão ou o estado, se for uma aquisição nova certamente existirá uma reforma.
Reconhecer-se no espaço, sentir acolhimento são motivos relevantes que justificam, grande parte das vezes, alterações que, para quem está de fora, parecem desnecessárias.
Claro que essa avaliação e julgamento virá sempre baseada na destinação do recurso financeiro, mas jogar fora materiais em boas condições é o que mais me incomoda, fora a geração de entulho e lixo que muitas vezes são descartados irregularmente.
Com muita frequência me vejo explicando que uma questão burocrática impõe que as construtoras entreguem apartamentos ou casas com revestimentos em áreas molhadas, bancadas e peças sanitárias.
Essas, por sua vezes, sabendo que esse material será jogado fora já nas primeiras semanas após a posse das chaves, definem os materiais somente pelo custo, afinal 90% será tratado como lixo em um curto período.
Barato ou caro o mundo não aguenta mais esse tipo de cadeia construtiva.
De nossa parte devemos cuidar para que os descartes sejam feitos da maneira correta, que o que se encontra em perfeito estado seja doado para instituições voltadas à moradia digna para população carente e cobrar evolução nas definições dos procedimentos de aprovação e habite-se.
No mundo em que o homem já chegou na lua, encontrar solução para isso não me parece impossível.
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Thais Ruiz é arquiteta. Ela compartilha o dia a dia de obras e inspirações no Instagram @vida_de_arquiteta