Por Nathaly Domiciano, colunista*
O design de superfícies se traduz em uma especialidade que explora soluções estéticas, plásticas, sensoriais e funcionais para elementos bi e tridimensionais. No campo do produto, podemos citar que as principais superfícies desenvolvidas são do segmento têxtil, como tapetes e tecidos, e também revestimentos como ladrilhos, azulejos, cerâmicas, cimentícios tridimensionais, painéis e cobogós, por exemplo.
Para cada uma das soluções, pensamos em conjunto na aplicação, no uso, na viabilidade técnica de se produzir e na questão comercial. Mas, essas mesmas superfícies se transportam para múltiplos universos, como mobiliário, acessórios, decor e até mesmo na iluminação.
Por isso, para esse mês, fiz uma seleção de tendências e possibilidades de produção de diversos produtos no segmento do design, assim já podemos começar esse mês inspirados e também antenados sobre como especificar, projetar e até mesmo recriar algo existente sob uma nova perspectiva.
Começando pela área do revestimentos que é extremamente vasta, podemos considerar como inspiração alguns novos padrões, paginações e combinações entre texturas:
Modelos assinados por Alison Rose Euclid em uma composição de mosaico entre porcelana e pedras naturais
Fonte: Otto Tiles e Architectural Digest, respectivamente
Também podemos citar acima os padrões coloridos – não há uma rígida simetria nos formatos: a beleza consiste justamente nessa composição imperfeita, levemente irregular e que mistura tons vibrantes e paginações versáteis.
Na correlação entre as artes bi e tridimensionais, podemos observar os tapetes que a cada instante se traduzem em obras de arte para serem os protagonistas de um espaço, seja no piso ou até mesmo na decoração de paredes. Em especial, conferimos o efeito tufado que cria a tridimensionalidade da peça, além de seus formatos que deixaram de ser geométricos nos últimos anos e assumiram propostas orgânicas, irregulares e assimétricas.
Modelos de tapetes que percorrem as superfícies de parede e piso, sob texturas tufadas e formatos irregulares e orgânicos. Por Tsar Carpets
E, chegamos ao mobiliário. Um campo vasto e versátil na mesma proporção das superfícies, até mesmo porque suas inovações se relacionam principalmente com as cores, o acabamento e as texturas aplicadas. Então, vamos conferir algumas opções que são bastante disruptivas e podem se incorporar ao seu projeto, talvez em uma nova leitura:
Fontes: Sigh Unseen, Atelier Biagetti e Pepijn Fabius Clovis, respectivamente
Um mobiliário fluido, com formas irregulares: alguns mais robustos, outros mais esguios. Composição entre materiais de propriedades opostas são características fortes para os próximos anos. Espelhos e acrílicos com cimentícios, resinas + pedras naturais são algumas opções. Nas imagens, acredito que os elementos mais disruptivos sejam sobre os formatos do mobiliário, os acabamentos (tecido bicolor) e a mistura entre superfícies mais leves com outras mais encorpadas, criando equilíbrio.
Ah, e claro, não podemos deixar de falar da decoração.
Das principais impressões estão o conceito lúdico para as peças – coloridas, vibrantes, algumas estampadas, mas em geral com um design criativo e divertido, daqueles onde é possível interagir com as peças. Além de utilitários, todos os modelos criam essa proposta decorativa e despojada que podem se adequar a todos os estilos, até mesmo os mais sóbrios e sérios, por serem as peças protagonistas e ecléticas.
E agora conta pra gente, qual estilo de composição com superfícies tem mais a ver com o seu?
* Nathaly Domiciano é designer e especialista em design de superfícies, coolhunting, biofilia e design multissensorial