Na área rural da serra fluminense, a casa de campo da arquiteta Natália Lemos passou por uma reforma completa que teve a sustentabilidade como pilar
TEXTO: JULYANA OLIVEIRA | FOTOS: DENILSON MACHADO/MCA ESTÚDIO
Em meio à região serrana do Rio de Janeiro, a arquiteta Natália Lemos nos convida a conhecer sua casa de campo, que passou por uma reforma completa. Cada detalhe da moradia foi repensado com um carinho singular, envolvendo-a em uma estética rústica que dialoga com a exuberância da natureza circundante.
A busca por um retiro campestre levou a arquiteta e o marido a adquirirem essa propriedade na área rural. Para Natália, que cresceu em uma fazenda em Minas Gerais, a escolha foi uma manifestação do desejo de proporcionar à família um contato íntimo com a vida no campo. No entanto, foi necessária a renovação completa do imóvel, construído há 38 anos – desafio que a arquiteta abraçou com paixão.
A estética rústica permeia todo o projeto desta casa de campo, cujos forros de madeira ganharam um novo frescor ao serem pintados de branco. O foco na sustentabilidade esteve presente em toda a revitalização, que priorizou o reaproveitamento da madeira original da propriedade enquanto troncos de eucalipto certificados, junco e dormentes de trem, adquiridos em Minas Gerais, foram habilmente incorporados à marcenaria. Além deles, pedras, palha, sisal, lã e couro complementam o hall de materiais com texturas naturais escolhidos pela arquiteta em prol do aconchego.
Para acentuar a serenidade do projeto, a paleta de cores conta com tons claros e neutros predominantes, enquanto o verde suave das esquadrias destaca-se como uma pincelada de cor no décor.
A área externa tornou-se um lugar especial, onde um pergolado antigo e uma trepadeira exuberante protegem a churrasqueira e o forno de pizza. A ampliação do espaço foi feita com a adição de um novo pergolado, que se estende em meio às toras de eucalipto certificadas e possui teto forrado de junco.
“Essa cobertura criou um jogo de luz e sombra incrível, projetada sobre um ambiente de estar ao ar livre, com sofá, banco de madeira com cinco metros de extensão, balanço fixado no teto e poltronas Adirondack. Toda essa área externa se conecta ao verde e nos proporciona uma vista linda das montanhas”, festeja Natália.
Nos interiores, a decoração da casa de campo é uma mescla de peças novas e garimpadas que revelam histórias e afetos. Uma tábua de queijos, que pertencia ao avô de Natália, por exemplo, foi transformada em um aparador. Já o relógio de parede, vindo dos avós de seu marido, ganhou lugar de destaque no lar.
“Me inspirei na rusticidade do campo, com paredes caiadas, toras de madeira, muito cimento queimado e palha. O desafio era reunir essas características e criar um clima de simplicidade e aconchego. Acho que conseguimos. Cada espaço da casa reflete o amor e a dedicação investidos nesse projeto tão especial”, finaliza a arquiteta.
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