Sustentável, resistente, sofisticada. São inúmeras as qualidades da madeira de demolição, o que a torna uma solução excelente para diferentes ambientes e estilos de projeto. Usado na arquitetura há muitas décadas, esse material nunca sai de moda e vem ganhando diferentes composições, conforme a criatividade de arquitetos e designers de interiores. Seja em piso, parede, bancada ou até no forro, ele veste a casa com inventividade e resulta em acolhimento e bem-estar.
Caixa de madeira rústica
Um delicioso lounge compõe a ala de estar deste apartamento reformado por completo pelo arquiteto Olegário de Sá. Usada de maneira inusitada, a madeira de demolição dá forma a uma caixa ao revestir piso, paredes e forro. “Tivemos o cuidado de escolher réguas com larguras similares para conseguirmos uma paginação homogênea, demarcada apenas em função da variação de nuances da matéria-prima”, comenta o profissional. Fornecidas e colocadas pela RB Pisos de Madeira, as peças têm comprimento variado de 2 a 5 m, com 10 cm de largura. “Esse material combina com tudo e contrapõe muito bem com a modernidade vinda das obras de arte e dos objetos de decoração”, explica Olegário.
Múltiplas funções no estar
Com papel fundamental no projeto de Vinícia Brandão, a madeira de demolição não só compõe o painel da sala de estar (Art Nova Planejados) como formou a grande empena que divide o ambiente da cozinha. “Versátil, é possível combiná-la com diferentes materiais, como o cimento queimado e os ladrilhos hidráulicos que usamos neste apartamento”, conta a arquiteta. “É uma opção que gosto muito de especificar, porque promove o reúso com bastante beleza e personalidade”, comenta. Vinícia sugere a cera de carnaúba para preservação da madeira contra o uso e os desgastes naturais do tempo.
Elemento-surpresa no lavabo
Mesmo ambientes compactos, como o lavabo deste apartamento, recebem perfeitamente a solidez da madeira de demolição, presente em piso e bancada (Relicário). “Além de ser linda, ela aquece o espaço e dá uma sensação de acolhimento, que eu, particularmente, amo”, afirma Marcela Pepe, autora deste projeto. “É um material neutro e versátil, que contrasta muito bem com mobiliário antigo, moderno, rústico ou clássico”, observa. Segundo ela, a instalação é bem tranquila e limpa, pois o material é todo colado. “Nesse ambiente, em que a madeira foi encerada com cera natural, recomendo a reaplicação a cada seis meses”, sugere Marcela.
Destaque da área social
Nem piso nem parede. A madeira de demolição (Eflain Marcenaria) foi parar na bancada entre a cozinha e a sala de jantar, na prateleira e mesa deste apartamento reformado por Pietro Terlizzi. “Além da estética impecável, é uma forma sustentável de reaproveitar as madeiras descartadas de obras antigas. Ele remete ao estilo industrial, que buscamos para compor esse projeto”, explica o arquiteto. “Como pontos negativos, vale citar a cautela nas áreas molhadas, pois devemos evitar o contato direto da madeira com a água. E mais: atualmente, devido ao aumento da busca por esse elemento, está cada vez mais difícil de encontrá-lo”, completa. Pietro aconselha passar um selante de proteção para evitar que estrague o material.
Brincadeiras com lugar garantido
Numa das pontas da varanda gourmet deste apartamento, que apresenta o toque acalentador do deck de madeira de demolição (Indusparquet), Cristiane Schiavoni idealizou uma área multiuso, que vira palco das diversões do bebê. “Ali funciona como o cantinho do banho de sol, das brincadeiras e possibilita andar descalço”, explica a arquiteta. Ela usou essa madeira por oferecer um ótimo conforto térmico. “A ideia era estar integrado visualmente ao restante do ambiente; além disso, por ser uma opção mais rústica, não sofreria com os riscos que os brinquedos costumam ocasionar”, argumenta. Cristiane recomenda a contratação de um instalador experiente porque esse piso não é raspado posteriormente à fixação.
Contraposição de materiais
A arquiteta Denise Barretto adotou o piso de madeira de demolição como contraponto a um painel de mármore da área de estar deste apartamento. “Assim, toda a proposta fica mais descontraída, apesar da sofisticação dos elementos. O resultado é mais acolhimento para os espaços”, comenta a profissional, que é fã desse material. Segundo ela, as tábuas maciças (Gasômetro Müller), com dimensões variadas, trazem uma beleza que remete a um conceito antigo de casa de avó e cita os desníveis na superfície como o único ponto negativo. Para assentar a madeira, o contrapiso precisa estar completamente seco e regularizado. Como acabamento, Denise sugere a resina impermeabilizante e acetinada, reaplicada a cada cinco ou seis anos.
Ponto especial de acolhimento
Com projeto bem sofisticado e atual assinado pela Stal Arquitetura & Interiores, a moradia na Granja Viana, em São Paulo, ganhou alguns elementos rústicos que enriquecem a composição dos ambientes. Um exemplo é a madeira de demolição no quarto de casal, ponto de acolhimento capaz de aquecer a decoração marcada pelo uso de tonalidades claras. Para as arquitetas Stella Teixeira e Alessandra Pinho, esse material maciço e muito resistente só oferece qualidades. “Desenhamos todos os móveis do quarto, misturando a madeira de demolição, que apresenta uma característica mais rústica e pesada, com a laca off-white, oferecendo leveza e equilíbrio para o espaço”, conta Alessandra.
Convite ao relax no campo
No chalé em Campos do Jordão, SP, a sensação de bem-estar norteou todas as escolhas das arquitetas Ieda e Carina Korman, sócias da Korman Arquitetos. Desde a posição dos ambientes em relação ao sol até a escolha dos revestimentos, tudo está relacionado aos momentos de descanso que a família sonhava para os fins de semana. Por isso, na área de relaxamento com um spa embutido no piso, Ieda propôs usar cruzetas vindas dos antigos postes de luz, extremamente duráveis e de fácil manutenção. “Para sustentá-las, resolvemos colocar vigas de ferro acomodando as mesmas com dois alçapões a fim de proporcionar a manutenção dos motores da banheira”, explica. Outro cuidado para montar o deck está no espessamento entre as peças de madeira, dando vazão à água que retorna da banheira, uma vez que ela está embutida no solo.
Toque rústico com sustentabilidade
Fã de objetos de antiguidade, o morador adorou o ar rústico que a arquiteta Isabella Nalon trouxe para a varanda, que virou uma sala de jantar muito elegante ao receber a madeira de demolição (Taúna) na parede principal. “É um material maravilhoso e, por vir da demolição de construções antigas, também é considerado sustentável, pois se trata do reúso de espécies nobres”, explica a profissional. “Extremamente resistente, a madeira de demolição precisa de pouca manutenção: basta apenas reaplicar um verniz de tempos em tempos”, menciona. Na hora da instalação, o maior cuidado é com a escolha do verniz que será aplicado para a proteção, considerando se o uso será interno ou externo. Segundo Isabella, a luz natural tende a danificar o material, o que exige reparo mais frequente.