Com uma mistura equilibrada de materiais e uma leve pegada industrial, este apê no Leblon tem bossa e personalidade
Por Marcela Almeida | Fotos: Juliano Colodeti / MCA Estúdio
O gosto pelas artes definiu a reforma deste apartamento de 130 m², no Leblon, no Rio de Janeiro. Apaixonada por música, a proprietária, a pianista Maria Cândida Volpini, desejava uma sala mais ampla e confortável, onde pudesse receber os amigos músicos e promover verdadeiros saraus.
Para realizar o projeto, entrou em cena a arquiteta Carmen Zaccaro, que havia feito a casa da filha de Maria Cândida, seis anos antes. De imediato, a arquiteta conquistou mais espaço e uma melhor circulação para a área social com pequenas intervenções na alvenaria. Um antigo quarto sem muito uso foi eliminado e incorporado à sala, enquanto a dependência de empregada foi transformada em área de serviço, ampliando a cozinha.
“Dessa forma foi possível criar uma copa, que antes não havia, e integrar a cozinha com a sala através de uma porta de correr em tom vermelho tomate”, explica Carmen.
Mas o que norteou todo o layout e a ambientação do apê foi a posição do piano na sala, ao lado da varanda, para receber luz natural. Afinal, na vida da moradora, a música ocupa papel principal. Assim, Carmen desenhou uma estante de metal preto e madeira freijó ao redor do instrumento, deixando o espaço favorito da pianista mais cênico, convidativo e aconchegante.
O uso de serralheria, associado à presença de madeira, aos revestimentos de tijolinho cimentício, na sala, e de cerâmica estilo metrô, na cozinha, e à iluminação de trilhos aparentes trouxe uma leve pegada industrial a um décor contemporâneo.
Todo em tons neutros, o apartamento ganha um toque de cor de forma pontual nas artes das paredes, objetos decorativos e na porta que divide sala e copa. Porém, o que de fato rouba a cena são as peças de valor histórico, como a poltrona Kilim, de Sérgio Rodrigues, e as gravuras de Picasso, além, claro, do protagonismo do piano.