Sobrado de 128 m² que pertenceu à família de Pietro Terlizzi passou por uma transformação para abrigar o escritório e a moradia do arquiteto
Por Gabriela Fachin | Fotos: Guilherme Pucci
Mesmo antes da pandemia, o home office já era uma realidade para muita gente. Criar um escritório em casa representa um estilo de vida alinhado com os novos tempos e também uma forma de reduzir custos e ganhar minutos preciosos. Foi com essa ideia em mente que o arquiteto Pietro Terlizzi converteu o sobrado – construído nos anos 60 – que pertencia à família em sua morada e escritório.
O imóvel de 128 m² fica numa rua tranquila de São Paulo, em meio às tumultuadas rua Heitor Penteado e avenida Pompeia. Tem localização privilegiada, próxima ao metrô e a excelentes comércios da região. Antigamente, foi ocupada por uma harmoniosa família italiana e Pietro lembra bem dos encontros de todos. “A casa reunia cantorias italianas e servia de parque de diversão das crianças”, recorda. “A sala de jantar proporcionou deliciosos almoços dominicais regados a macarronada e muitas risadas. Na pequena cozinha surgiam os cheirinhos de bolo e outras delícias”, fala, emocionado.
Depois da reforma atual, o andar de baixo passou a acomodar espaços de trabalho, enquanto a parte superior concentra a área íntima. Não foram necessárias mudanças na planta da casa, apenas adequações e uma nova decoração para seu uso moldado nas necessidades do arquiteto e de sua equipe de arquitetura.
A sala de estar recebeu pintura e uma textura de cimento queimado na parede principal. Já a porta e a parte debaixo dos degraus da escada ganharam um amarelo marcante. Um tecido mais moderno deu nova cara ao sofá e, na sala de jantar, a antiga mesa foi substituída por um modelo mais versátil. Enquanto a iluminação atual resulta em melhor produtividade, a marcenaria passou a atender da melhor maneira as necessidades do escritório. Os objetos de decoração, assim como as maquetes dos projetos e as amostras de materiais, ficaram em evidência.
Ainda no estar, Pietro se preocupou em criar um espaço neutro, tanto para receber clientes e fazer reuniões, quanto para relaxar depois do expediente. A parede principal recebeu uma galeria com os quadros preferidos do morador, assim como seus instrumentos musicais. “Para quem também precisa de um espaço de recepção, é importante conciliar o residencial e o corporativo na decoração, para que o cliente se sinta confortável e ao mesmo tempo num ambiente profissional”, revela Pietro.
Ainda no térreo, mas nos fundos, a marcenaria versátil atende ao uso corporativo. Os tijolinhos à vista continuam em evidência e algumas plantinhas ajudam a deixar os espaços mais humanizados.
No mix de escritório e residência, a sala de estar funciona como recepção. Reformado, o estofado em L recebe com conforto os clientes, mas também oferece assento de sobra para os amigos no fim de semana.