Para resgatar a memória afetiva e tornar os ambientes ainda mais acolhedores, os projetos de cozinhas e áreas gourmet têm investido na tendência retrô
Quem não tem doces lembranças das receitas feitas pela mãe, avó ou até mesmo bisavó na cozinha de casa? Junto com os sabores e aromas que embalaram a infância e a adolescência de muita gente nos anos 60, 70, 80 e 90, com certeza também estão recordações de cozinhas com cores, repletas de alegria, além da presença de revestimentos, móveis e eletrodomésticos de muita personalidade.
Para reviver essa atmosfera tão especial nos dias de hoje, muitos clientes têm solicitado aos arquitetos projetos com mais vida, colorido e detalhes especiais, com o intuito de cozinhar para as novas gerações com o mesmo amor envolvido de antigamente. Quem tem bastante experiência no assunto é a arquiteta Cristiane Schiavoni, que aproveita a febre das cozinhas retrô e traz dicas para quem está pensando em se aventurar no estilo. Confira!
Principais características & materiais
Entre os elementos que caracterizam as cozinhas de décadas anteriores estão a presença de cores, o uso do cimento queimado, a preferência por móveis e acessórios de aço, ferro ou madeira, os armários com linguagem almofadada, os revestimentos como ladrilhos hidráulicos e pastilhas, entre outras características marcantes. No entanto, vale lembrar que a cozinha retrô se traduz em uma releitura de obras passadas, que remetem a sentimentos. Portanto é possível fazer substituições inteligentes e mais acessíveis, mas sempre mantendo a nostalgia.
Cores na medida certa!
Muita gente tem vontade de montar uma cozinha retrô em casa, mas tem receio de exagerar nas cores. A boa notícia é, que ao adaptar esse estilo, não é preciso carregar no colorido tanto como antes. “Atualmente é possível criar uma linguagem com tons pastel ou bem clarinhos de amarelo, rosa, azul ou verde. Por serem muito suaves, é possível trazer essa linguagem de forma leve. Já para quem gosta de algo mais forte, pode incluir uma cor mais viva em um móvel, por exemplo, e equilibrar com tons mais neutros nas paredes, eletrodomésticos e outros acessórios. E, assim por diante”, conta Cristiane.
Revestimentos
Para quem ama uma cozinha bela e prática, saiba que é possível utilizar a modernidade a seu favor. “Hoje, temos muitos materiais com o design retrô, mas que são recém-lançados no mercado. Entre os exemplos estão os porcelanatos que possuem visual de ladrilhos hidráulicos e oferecem grande variedade de estampas. Dessa maneira, você consegue ter a funcionalidade de um produto impermeável e fácil de limpar, juntamente com a inspiração das décadas anteriores”, orienta a arquiteta.
No caso das pastilhas ou peças hexagonais, vale a mesma ideia. Segundo a profissional, é possível encontrar modelos de porcelanatos ou cerâmicas que tenham índices de absorção baixos, mas que apresentem o mesmo visual nostálgico das peças de época. Enfim, a gama de possibilidades é bem grande.
Móveis
Uma dica é apostar materiais melamínicos, ou até mesmo em PVCs bem resistentes e modernos, que podem ser inclusos nos móveis dos projetos.
Eletrodomésticos
Segundo a arquiteta, no que diz respeito aos eletrodomésticos retrô, a variedade de linhas disponíveis no mercado ainda não é tão grande como dos outros produtos citados. “Mesmo assim, vale pesquisar as opções à venda hoje em dia, pois o resultado fica incrível. E, com o aumento da procura pelo estilo, pode ser que novos lançamentos apareçam em breve”, diz Cristiane.
Desafio
Por fim, Cristiane revela qual é o principal desafio em compor uma cozinha retrô. “É essencial ficar de olho na harmonia do ambiente. Em geral, o cliente deseja colocar muitos elementos bonitos num lugar só, mas é preciso ser seletivo. Portanto, o projeto é feito também de escolhas, daquilo que você tem que abrir mão. O ideal é eleger aquilo que mais te agrada, escolher os materiais que equilibrem essa estética da cozinha, sem perder mão da funcionalidade”, conclui.
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