Arquiteto paisagista explica a diferença entre gazebos e pergolados e ensina como criar um refúgio relaxante para momentos de contemplação
Belos, por vezes românticos e capazes de transformar a área externa de um projeto, os gazebos e pergolados são ótimas apostas para um paisagismo com personalidade, criando um refúgio perfeito para os momentos de contemplação. “Essas estruturas funcionam bem até mesmo em jardins menores e sempre devem ter um design harmonioso ao projeto arquitetônico e paisagístico”, destaca o arquiteto e paisagista Cezar Scarpato.
Segundo Cezar, a principal diferença de cada uma dessas estruturas está em sua funcionalidade. “Gazebos são estruturas cobertas e geralmente abertas lateralmente para ventilação e apreciação das áreas externas. Pergolados, por sua vez, servem para apoio de espécies trepadeiras para sombreamento parcial, geralmente descobertas, e funcionam como áreas de estar em meio ao jardim”, explica.
Em muitos casos, os pergolados podem servir também como solução para uma circulação sombreada, ao passo que os gazebos são exclusivamente um espaço de permanência. Apesar disso, ambos possuem uma estrutura muito semelhante, que pode ser realizada em diversos materiais, como concreto, metal, madeira ou alvenaria. “Por geralmente funcionarem como anexos da edificação principal ou novo elemento do paisagismo, sugere-se que sejam executados com materiais que combinem com a arquitetura existente e com o jardim”, diz o profissional. Por isso, harmonia é palavra-chave, criando um espaço que converse com todo o projeto.
Para valorizar ainda mais os pergolados, Cezar Scarpato indica o uso de dois tipos principais de espécie, que são capazes de trazer mais vida para a estrutura. As plantas arbustivas escandentes – como as bouganvilleas, congeias, flor-de-são-miguel ou jasmins – são ótimas pedidas, gerando um volume na parte superior do pergolado. Trepadeiras com flores pendentes também são perfeitas, com seus ramos entrelaçando entre o vigamento e flores pendentes que formam uma espécie de cortina colorida no pergolado. Tumbergias azuis, sapatinho-de-judia e trepadeira jade são algumas opções. “Para elas, o pergolado deve ser mais alto. Assim, as flores não atrapalham a permanência ou circulação das pessoas ou veículos no espaço”, explica Cezar Scarpato.
Independente da estrutura escolhida, gazebos e pergolados devem ser projetados para valorizar ao máximo a área externa. Por isso, é importante se atentar a questões como o local que ele será alocado – deve ser um espaço de fácil acesso, mas que garanta privacidade e, quando se trata de áreas comuns de condomínios, longe das janelas de apartamentos, para ter proteção contra detritos. “Questões relacionadas ao conforto, como insolação e ventos, e questões de design, como visuais para paisagem de dentro para fora assim como visual dessas estruturas em meio ao jardim também devem ser considerados”, afirma.
Com diversas funções, os gazebos e pergolados podem receber uma sorte de mobiliários, dependendo do gosto e desejo do cliente. “Sempre importante optar por peças pensadas para áreas externas, com tecidos tecnológicos e resistentes ao sol, chuva e ventos”, destaca o arquiteto. Conforto também é essencial – por isso, as chaises costumam ser as preferidas nesse tipo de espaço. “Para finalizar, atentar-se também à iluminação é um cuidado necessário”, afiança. Cezar Scarpato indica o uso de iluminação indireta, somente para destacar detalhes do projeto. Projetores de piso, arandelas nos pilares ou fitas de LED podem ser boas opções, assim como balizadores baixos usados como indicação de acesso à estrutura. “Pendentes ou projetores direcionados podem ser incluídos para ajudar na iluminação de mesas de apoio ou cantinhos de leitura”, afirma.
Cuidados e manutenção
Por se tratarem de estruturas de área externa, gazebos e pergolados pedem por uma atenção especial em relação à manutenção. “Ela deve ser periódica e varia de acordo com o material escolhido. Via de regra, uma limpeza semanal na estrutura se faz necessária, assim como a limpeza dos mobiliários e retirada do excesso de pó e folhas”, indica. Em caso de espaços com fechamento de vidro, toldos ou esteiras, a limpeza pode ocorrer uma vez ao mês, ao passo que a pintura da estrutura deve ser refeita semestral ou anualmente.
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